quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cidade Fantasma


Inicialmente, parabenizo a Juíza, Doutora Isabel e o Promotor de Justiça, Doutor Antonio Carlos pelas ações em prol das crianças e adolescentes no município de Barra dos Coqueiros.

Entretanto, gostaria de destacar algumas questões sobre o fechamento dos estabelecimentos.

Certamente o povo da Barra dos Coqueiros está feliz pela semana tranquila, sem roubos, assassinatos e outros crimes. Não podia ser diferente, tivemos aqui a Getam, Polícia Civil, Polícia Militar, Conselhos Tutelar e da Criança, etc e etc.., enfim, um conjunto de ações integradas e instituições responsáveis pelo controle da violência urbana.

Mas a pergunta que fica é:

Será que teremos toda essa estrutura pra garantir a segunça das crianças, adolescente e adultos do município durante todo o ano?

Certamente que os criminosos se sentiram intimidados para cometer seus delitos devido à presença do aparato policial e que os crimes cometidos foram flagrados.
Mas será que o fechamento dos bares as 22h na semana e 24h nos finais de semana é uma solução pra tais problemas?
Bom, talvez...
De certo que os donos de bares assinaram o TAC se comprometendo e acatar acerca do fechamento dos seus estabelecimentos. Entretanto, a conta está saindo cara demais.

É notavel que alguns estabelecimentos vinham cometendo excessos, mas a escolha pelo fechamento integral é uma atitude muito drástica que poderia ser substituida por um policiamento constante no município e um controle mais efetivo por parte do poder público no controle dos eventos e quanto às atuações dos estabelecimentos.

O fechamento dos bares poderá causar consequencias na economia do município, visto que, vários estabelecimentos dependem da clientela para pagar seus funcionários e vários proprietários já começam a se queixar pela queda no faturamento.

Independente do fechamento ou não dos bares, os crimes contra os cidadãos de Barra (sejam crianças ou não) só diminuirão com uma efetiva atuação da segurança pública e não diminuindo a demanda do patrulhamento induzindo às pessoas a ficarem em suas casas, sem lazer, sem as festas, sem a cervejinha entre amigos ou os lanches da noite. Vejo isso como um retrocesso. Um município tão próximo à capital ser obrigada a parar às 22h ou 24h da noite. Uma cidade parada gera menos emprego, circula menos dinheiro e afasta os visitantes.
Esse momento me fez lembrar a época da inauguração da Ponte Aju-Barra, em que nos finais de semana a cidade ficava parada, porque, com o acesso facilitado as pessoas passavam a procurar o lazer na capital.

A Barra pode ser uma cidade mais segura, mas pra isso não precisa parar no tempo.

Não foi decretado um toque de recolher, mas quem irá ficar nas ruas vazias sendo abordado por policiais com armas apontadas em sua direção? É no minimo constrangedor.

Que tal deixar os estabecimentos funcionando e continuar com as fiscalizações?
 
Estava eu em um dos bares respeitados da cidade quando a fiscalização chegou, o delegado nem do carro desceu, mandou chamar o proprietário para informa-lo sobre o fechamento. Será que o poder público terá gás pra continuar nessa missão o ano todo?
E para o exímio proprietário, fica a missão constrangedora de encerrar o lazer das famílias presentes e arcar com a queda considerável no faturamento.





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