terça-feira, 3 de agosto de 2010

A primeira fica e a última ratifica


Lixo em manguezal na Barra dos Coqueiros
Por Kleber Resende

Área de manguezal ocupada por invasões (2009)
Atualmente no local, condomínios residenciais estão sendo construídos
Por Kleber Resende





Algumas pessoas associam a palavra mangue com algo bagunçado ou sujo; Ex. “Esse quarto está um mangue.”


Entretanto, o ecossistema manguezal e sua comunidade de plantas (mangue) constituem um papel de grande importância ecológica e socioeconomica. Fatores como a alta produção fotossintética, alta produção de detritos, importante papel na produtividade costeira, fornecimento  de proteção à linha de costa contra a erosão marinha, fornecimento de habitat para várias espécies de animais, refúgio/alimentação para peixes durante a fase juvenil, mostram a importância deste ecossistema  do ponto de vista ambiental, além de uma importante fonte de renda para as populações ribeirinhas e importante fonte de recursos econômico e  alimentar.


Segundo alguns estudos, os manguezais correspondem à 17,2% da área total de Barra dos Coqueiros. A expansão do centro urbano, a falta de planejamento no uso do solo, a especulação imobiliária, os interesses econômicos e as invasões, vêm colocando em risco a sobrevivência dessas áreas e pouco (ou quase nada) temos visto para a preservação e RECUPERAÇÃO desse ambiente bastante peculiar. É importante ressaltar que não adianta esperar que as áreas sejam ocupadas e descaracterizadas ou retirar as comunidades instaladas no local e não promover uma recuperação no ambiente. É preciso planejamento, uma gestão comprometida com os fatores ambientais, provendo inclusão social.

Além dos fatores já mencionados, na Barra dos Coqueiros podemos observar claramente a poluição dos manguezais pelo lixo urbano, seja por objetos lançados pelos carros que se dirigem na pista em direção à Ponte Construtor João Alves (que deveria ser chamada de Ponte Zé Peixe) ou por moradores de áreas próximas que na tentativa de “jogar o lixo para debaixo do tapete” continuam contribuindo com a poluição ambiental e visual na saída/entrada do nosso município.


Como dizem, “a primeira impressão é a que fica”. Eu complemento e finalizo com o seguinte pensamento; “A última impressão ratifica.”

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